Possível exoplaneta fora da Via Láctea foi descoberto a partir da observação de raios-X
Cientistas podem ter detectado sinais de um planeta transitando por uma estrela fora da Via Láctea, o que pode ser o primeiro planeta a ser descoberto fora de nossa galáxia.
O possível exoplaneta foi descoberto na Galáxia Redemoinho – a galáxia espiral Messier 51 (M51) – pelo telescópio de raios-X Chandra, disse a NASA em um comunicado à imprensa na última segunda-feira (25).
Um exoplaneta é um planeta fora do nosso sistema solar que normalmente orbita uma estrela que não seja o Sol em nossa galáxia. Até agora, todos os exoplanetas encontrados estavam na Via Láctea – a maioria deles a menos de 3 mil anos-luz da Terra.
O possível exoplaneta descoberto na Galáxia Redemoinho está aproximadamente a 28 milhões de anos-luz de distância – milhares de vezes mais do que os encontrados na Via Láctea.
“Estamos tentando abrir uma área totalmente nova para encontrar outros mundos, procurando candidatos a planetas em comprimentos de ondas de raio-X, uma estratégia que permita descobri-los em outras galáxias”, disse Rosanne Di Stefano, professora de astronomia no Centro de Astrofísica de Harvard & Smithsonian em Cambridge, Massachussets, que liderou o estudo, em comunicado.
A equipe procurou por quedas no brilho de raios-X dentro das brilhos binários de raio-X, que normalmente contêm uma estrela de nêutrons – quando uma estrela massiva colapsa – ou um buraco negro puxando gás de uma estrela orbitando por perto. O material perto da estrela de nêutron ou do buraco negro se torna superaquecido e brilha em raios-X.
A região criando raios-X brilhantes é pequena, então é fácil detectar se um planeta passar em frente – já que ele bloquearia quase todos os raios-X. Isso permite que exoplanetas sejam detectados a longas distâncias.
No entanto, pesquisadores vão ter que esperar um bom tempo para confirmar se descobriram um exoplaneta exogalático. Devido à sua grande órbita, o candidato a planeta não passaria à frente de um parceiro binário pelos próximos 70 anos, significando que poderia levar décadas para confirmar a observação.
“Infelizmente para confirmar se estamos vendo um planeta precisaríamos esperar décadas para ver outra passagem”, diz o astrofísico Nia Imara, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, em comunicado. “E por causa das incertezas em relação à duração de sua órbita, não saberíamos exatamente quando olhar”.
Se o planeta for real, especialistas acreditam que ele teria que ter sobrevivido à explosão de uma supernova que criou uma estrela de nêutron ou buraco negro. E no futuro, uma estrela companheira também poderia explodir como supernova e novamente bombardear o planeta com níveis extremos de radiação.
Pesquisadores irão procurar por outros candidatos a exoplanetas e outras galáxias nos arquivos tanto em Chadra, que tem dados substanciais de outras 20 galáxias, e no satélite XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia. Eles acrescentam que outra linha interessante de pesquisa é procurar por trânsitos de raios-X nas fontes da Via Láctea para descobrir novos planetas próximos em ambientes incomuns.
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