Prefeito prometeu pagar todo o material que foi queimado pela ação da Polícia Federal e pelo Ibama no Rio Madeira durante o fim de semana.
Porto Velho, RO - O prefeito de Humaitá, Dedei Lobo (PSC), se reuniu com garimpeiros que atuam no Rio Madeira, nesta segunda-feira (29). O grupo quer que o prefeito interceda junto às autoridades para evitar que a operação contra a exploração ilegal de ouro na região de Autazes seja feita no município.
Durante uma operação da Polícia Federal e Forças Armadas no fim de semana na região de Autazes, três pessoas foram presas. No total, 131 balsas utilizadas pelos garimpeiros foram apreendidas ou destruídas.
Garimpo na Amazônia: entenda como as dragas extraem ouro e o que acontece nos rios
Na reunião, Dedei Lobo ainda prometeu pagar àqueles que moram em Humaitá todo o material que foi queimado pela ação da Polícia Federal e pelo Ibama no Rio Madeira. Esses garimpeiros terão ajuda financeira da prefeitura. O prefeito de Humaitá disse ainda que está em conversa com os outros gestores para compensar todos os atingidos.
Confira o vídeo:
Na reunião estavam presentes, além do prefeito, representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, vereadores e lideranças do grupo de garimpeiros. Três garimpeiros vão acompanhar o prefeito até o Distrito Federal, nesta terça-feira (30), para tentar conversar com as autoridades - inclusive a bancada do Amazonas na Câmara e Senado, em Brasília.
O grupo quer evitar que uma operação contra a exploração ilegal de ouro como a realizada em Autazes também seja feita em Humaitá.
Invasão de garimpeiros no rio Madeira: o que se sabe e o que falta esclarecer
Após a reunião acompanhada pela reportagem, o prefeito mudou o tom do discurso. Lobo afirmou à reportagem que não vai pagar todo o material queimado dos garimpeiros. Ele disse ainda que a prefeitura vai mandar uma equipe para fazer uma triagem com as famílias que estão no Rio Madeira e que necessitam de ajuda humanitária e, futuramente, auxílio financeiro.
Prefeito Dedei Lobo (de preto) e autoridades do município na reunião com garimpeiros — Foto: Lucas Lobo/Rede Amazônica
Garimpo ilegal
Mesmo que a operação tenha se concentrado em Autazes nos últimos dias, o garimpo ilegal com barcos e balsas ocorre em todo o Rio Madeira. E a região de Humaitá é conhecida por ser um local onde vivem inúmeros garimpeiros que fazem a exploração ilegal de minério na região.
Balsas e dragas usadas por garimpeiros para extração de ouro atracaram no Rio Madeira, próximo à comunidade de Rosário, no município de Autazes, distante 113 quilômetros de Manaus. De acordo com o Greenpeace, havia pelo menos 300 embarcações na região, que começaram a chegar ao local quando surgiu a informação de que havia ouro na região da comunidade.
Os garimpeiros se dispersam do local na sexta-feira (26), mas alguns continuaram operando de forma ilegal. O ativista do Greenpeace Brasil, Danicley Aguiar, afirma que essa dispersão faz parte de uma estratégia dos garimpeiros para dificultar a fiscalização.
No fim de semana, três pessoas foram presas e 131 balsas apreendidas ou destruídas em Autazes. No entanto, a Polícia Federal não informou quanto ouro foi apreendido e o que foi feito com as outras balsas. Não há informações também sobre outras pessoas que estavam nas balsas e não foram presas nem como será feita a fiscalização da área depois da operação.
Dragas ainda atuam em exploração ilegal de ouro no rio Madeira, no interior do Amazonas. — Foto: Patrick Marques/g1 AM
0 Comentários